sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Judy e o caos.(Português)

Judy era uma punk. Ela usava os cabelos vermelhos escorridos sobre sua face,camisas, calças e botas pretas. No pescoço, tinha uma bala de fuzil tatuada.
Ela andava pelas ruas e observava o caos, os carros, os ônibus, as pessoas apressadas para o trabalho. Ela observava ao seu redor a infinidade de concreto, pensando consigo mesma que todas aquelas pessoas pensavam que para o mundo funcionar, tudo tinha que ser daquele jeito, os pobres, pela sua situação, fazendo o trabalho que ninguém mais queria, enquanto seus patrões se divertiam nas piscinas de suas mansões lançando ordens pelos seus telefones. Ela pensava também nas pessoas intermediarias a essas situações que passavam a maior parte do tempo apressadas e aflitas com o trabalho, sem sobra de tempo para suas famílias, seus filhos. Ela pensava naquelas que trabalhavam pouco e por uma questão de posição social ganhavam dinheiro fácil para comprar coisas fúteis que não precisavam realmente. E ela pensava também nos pobres adolescentes que passavam uma metade de suas vidas estudando babaquices para que um dia pudessem também se inserir igualmente na caos.
Enquanto andava pelas ruas embreagada de vodka, ela ouvia britadeiras e sentia o cheiro de fumaça. Ela observa os carros zunando e os reflexos de televisões ligadas pela janela dos apartamentos. E com isso, imaginava pessoas ajoelhadas em frente as telas, em adoração às informações alienantes da mídia. Ela ouvia uma senhora pedindo esmola e observava enquanto um helicoptero pairava no céu, entre os arranha céus. E ela sentia pena das pessoas que viviam suas vida embreagadas por tanto caos porém atordoadas com “normalidade”.
E ciente de tudo isso, Judy se pôs a pensar no paraíso astral prometido por Deus, ou pelas religiões cristãs, que seja, e indagava-se: “Por que não fazemos da terra o paraíso?Por que temos de viver no caos? Não temos tudo à nossa disposição para viver no paraíso?”
E Judy sentiu curiosidade de como deve ser o paraíso. Então Judy pegou um ônibus e foi parar no meio da mato. E quando chegou lá, Judy fez um laço com o cadarço de suas botas, pendurou em um galho, pôs a corda no pescoço e se jogou lá de cima...
Judy se sufocou e se engasgou até a morte. Sua face ficou vermelha e seus olhos quase pularam para fora, mas o caos não sentiu falta de Judy. Porém, Judy também não sentiu falta do caos.

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